quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O espaço da cidade não é território neutro

Nome do autor: 
Prof. Dr. Felipe Scovino

Instituição: 
Departamento de Teoria e História da Arte da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Título do trabalho:
Ironia e in(ter)venções: outros olhares sobre a cidade 

Resumo do trabalho: 
O espaço da cidade não é território neutro. Nossas escolhas sobre onde viver, trabalhar, conviver e se mover dentro da cidade, são predeterminadas por forças poderosas que governam a economia e a política da qual participamos. A vastidão e a superpopulação das cidades de hoje exigem a aderência a algum sistema de ordem, seja ele real ou percebido. Que essa tentativa de estabelecer a ordem, dentro da densidade e através das diferenças, se manifeste no isolamento e
na contenção dos bairros centrais ou periferias, ou nas câmeras de segurança e nos portões das propriedades privadas. Artistas como a dupla Felipe Barbosa e Rosane Ricalde, Ronald Duarte, Renata Lucas e Ducha se apropriam do espaço urbano do Rio de Janeiro e imaginam um espaço onde essas barreiras desabam, onde a possibilidade de desconstruir essas fronteiras, ainda que com o simples gesto simbólico de “pavimentar” uma rua, por exemplo, pode resultar numa
dinâmica social diferente, por mais temporário que seja.


"... Os trabalhos que serão comentados nesse ensaio transmitem à arte uma potência capaz de influenciar o comportamento e desafiar, por meios de dispositivos que dialogam com a ironia, um modo de vida, administrando doses de espetacularização, estranhamento e um pouco de liberdade violenta porque os sentimentos humanos são perversos e em permanente crise com a ordem do mundo. Em relação a esses conceitos de paisagem urbana e também ressaltando a prática da analise do sistema de poder e controle foucaltiano discutindo a cidade como força geradora, uma força ativa e transformadora que determina uma nova política, o trabalho da dupla Felipe Barbosa e Rosana Ricalde é uma reinvenção crítica da maneira como nosso ambiente construído determina ações, comportamentos e relações sociais, e por extensão, a dependência da sociedade em relação à preservação de definições pré-estabelecidas de espaço, propriedade e ordem."
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