segunda-feira, 4 de agosto de 2014

"EXPERIMENTAR A ARTE, EXPERIMENTAR A SI: Helio Oiticica, entre memórias e parangolés"

Texto de Anna Corina Gonçalves da Silva

"Resumo: O nome de Oiticica se associa à “arte experimental” e ao neoconcretismo, que investindo em linguagens genuinamente brasileiras, postulou explorar de forma crítica os “dogmas da arte”. Mas seu nome nos aparece aqui não somente pertencente à história da arte, mas trazendo-nos problemas e questões que transcendem este domínio: através da sua produção artística e dos seus escritos, fornece à História um legado material e intelectual profícuo para se pensar também o “lugar” das sensibilidades na construção das ideias e da
relação entre realidade e representação. A partir de um “laboratório experimental”, Oiticica explorou os limites dos espaços oferecidos pela Arte, procurando romper com os contornos entre expectador e obra; em seus Penetráveis, Parangolés e Ninhos, buscou a relação imediata com as cores, o corpo e os espaços sensoriais e físicos. Porém, como falar de experimento
sem ter-se experimentado? Em torno desta questão tomamos seus escritos não como explicações da sua obra, mas como parte integrante dela, pois ao abordarem suas vivências artísticas e intelectuais, suas “andanças” pela cidade, tratam de questões que identificamos ser inquietação central da sua produção: a relação entre questões sociais e espaciais, entre homem, cidade e arte."

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