quarta-feira, 20 de agosto de 2014

O corpo em contexto na contemporaneidade

O corpo em contexto na contemporaneidade: entre o público e o privado nos videos “entre” de Nina Galanternick e “desenho-corpo” de Lia
Chaia 

por Regilene Sarzi Ribeiro


"O embate entre máquina (câmera de vídeo) e o corpo (performance do artista) se apresenta como elemento estrutural construtor de linguagem, compreendida para além dos mecanismos de registros de som e imagem, a fim de ser reconhecida como sinônimo de produção midiática que amplia as experiências sensíveis com o
corpo.
Tendo o próprio corpo como materialidade e linguagem artística, os artistas que deram origem à arte do vídeo no Brasil se apropriam dos recursos da máquina, registro e enquadramentos de imagens e sons, para expor seu corpo a discussões estéticas, sociais, culturais e políticas em situações inusitadas, de ataques e intervenções violentas contra o corpo, uma das marcas da Body Art. Somado ao fato de que tais práticas performáticas eram concebidas para serem especificamente registradas pelo vídeo, sem público, denominadas performances sem audiência. Sobre estas performances, afirma Mello:

Diferentemente de outros países que produzem nos anos 1970 performances e body art (arte corporal) muitas vezes em espaços abertos, no Brasil tais manifestações públicas são recriminadas, censuradas, pelo Estado ditatorial. Os trabalhos performáticos são realizados, dessa forma, em caráter privado, isolados do espaço público, e documentados pela câmera de vídeo (MELLO, 2008: 144)."

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