segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Desvio coletivo

Desvio Coletivo é uma rede de criadores em cena performativa que atua na zona de fronteira entre o teatro, a performance, a dança e as artes visuais e tecnológicas. O projeto visa a criação de espetáculos multimídias relacionais,instalações cênicas, intervenções artísticas em espaços específicos (site specifics), acontecimentos (hapennings), performances urbanas, ações na Internet e experimentos videográficos.
A criação da rede Desvio Coletivo é resultante do projeto de pesquisa “A Performance na aprendizagem da encenação”, coordenado por Marcos Bulhões na USP, e do curso de extensão “Experimentos em Performance”, realizado entre agosto e dezembro de 2011 pelo Grupo de Estudos em Performance e Pedagogia da UNESP em parceria com o Laboratório de Práticas Performativas da USP. O curso foi coordenado pelos professores Marcos Bulhões, Marcelo Denny, Carminda Mendes André e José Manuel Lázaro.
O processo de criação e os resultados da ação cultural realizada pelo Desvio são analisados em pesquisas acadêmicas que visam sistematizar os princípios e procedimentos de aprendizagem e a criação da cena performativa, desenvolvendo investigações práticas relacionadas aos conceitos de ação performativa, coralidade, ação relacional[1], jogo performativo e dramaturgia cênica.
Uma das ações do projeto coordenado por Marcos Bulhões é a manutenção de experimentos cênicos e performativos, que reúnem atores, performers, dançarinos, estudantes de artes cênicas, fotógrafos, diretores de arte, técnicos (som, luz, vídeo) e especialistas em arte tecnológica. Tais experimentos são realizados semanalmente no teatro do Instituto de Artes da UNESP, em São Paulo.


Outro trabalho do grupo, além de Cegos, é o chamado Pulsão:

O roteiro cênico inicial de Pulsão foi escrito durante uma internação hospitalar e tem como ponto de partida o tema da motivação de viver diante do risco de morte.
As narrativas giram em torno da internação hospitalar e do enfrentamento de uma doença grave. A dramaturgia foi desenvolvida pelo coletivo de artistas por meio de jogos performativos que articulam ações relacionais - que incorporam uma parte do público - com ações cênicas que mesclam teatro, dança e performance.
Foto: Eduardo Bernardino
“Não pretendemos apresentar um espetáculo teatral, no sentido convencional do termo”, afirma o diretor Marcos Bulhões. Segundo ele, a proposta convida o espectador à participação em um “jogo cênico, um ato artístico coletivo, provocando a criação de uma ‘zona temporária’ de poesia e de vida em potência, no sentido atribuído por Nietzsche”.
O público acompanha as ações conduzidas por mais de vinte atuadores, acompanhados de músicos ao vivo, imersos em um espaço em que não há divisão entre palco e plateia. Um terço do público assume o papel de convivas e integra ativamente o evento, podendo ser vendado, tocado, conduzido, além de participar de diálogos e ações coletivasimprovisadas. Os dois coros - atuadores e espectadores - algumas vezes se confundem e em outras se distanciam, dando margem à apreciação estética.
Foto: Eduardo Bernardino
A pesquisa artística se inspira na tradição da Arte Relacional, na perspectiva de Nicolas Bourriaud, que foi desenvolvida no Brasil por pioneiros como Lygia Clark, Lygia Pape e Hélio Oiticica, assim como no teatro ambiental (environmenthal theatre) e site specific, na denominação utilizada por autores como Richard Schechner.






Referência: 
http://www.desviocoletivo.com/

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