quarta-feira, 4 de novembro de 2015
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
terça-feira, 22 de setembro de 2015
domingo, 20 de setembro de 2015
sábado, 19 de setembro de 2015
Balada itinerante
A ação "Balada itinerante" reafirma a relação entre performance e som. Através da música, em ritmo mais acelerado, o performer executa livremente uma dança. Apenas se baseando em movimentos soltos no espaço, cria-se então uma atmosfera dançante e envolvente. Ao caminhar pela rua, o performer é capaz de perceber que lugares precisam da vida que o som traz e começa a ação. Buscando diferentes lugares, ele segue reiniciando.
O objetivo da performance é o de libertar o corpo, o qual muitas vezes fica restrito a dançar apenas em locais fechados. A música, capaz de tocar os seres humanos de diversas formas, deve libertar e não prender.
O objetivo da performance é o de libertar o corpo, o qual muitas vezes fica restrito a dançar apenas em locais fechados. A música, capaz de tocar os seres humanos de diversas formas, deve libertar e não prender.
Data: 17/09/2015
Duração: 30 mins
Performer: Mariana Schumacher
Registro: Bruner Santos
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Cia. Excessos
![]() |
Fotografia de Patrícia Marques |
Sobre a Cia. Excessos
A Cia. Excessos é formada pelos artistas Paulo Aureliano da Mata e Tales Frey, cuja característica
principal, nas suas concepções, é a multidisciplinaridade. Esse duo vem construindo uma pesquisa cênica
de forma híbrida, tendo em vista os possíveis diálogos entre vídeo, teatro, performance e fotografia.
A companhia conta também com artistas convidados para integrar a equipe técnica da maior parte dos
trabalhos.
Statement
O corpo é pivô nas nossas concepções artísticas. Não nos centramos unicamente no logos. Procuramos
validar o discurso figural através dos cruzamentos de linguagens artísticas, trazendo à tona os nossos
instintos particulares, que são aflorados de forma espontânea ou, inversamente, até mesmo consciente.
O corpo é agente principal nas nossas criações, tanto o que surge da sua materialidade mais lógica quanto
ao universo onírico que dele advém num estado de inconsciência. A arte é o porta-voz do nosso
microcosmo e, como nós precisamos nos comunicar com o macrocosmo, produzimos arte, vivemos arte.
A vida e a arte se fundem nos nossos trabalhos, que, muitas vezes, exploram políticas queer para gerar
pensamento crítico contra uma relação de poder controlador/disciplinar amparado numa lógica
proporcionada pelos regimes de normalização.
Paulo Aureliano da Mata e Tales Frey (Cia. Excessos)
Fonte:
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Meu corpo é um acontecimento
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Belas Artes
Mestrado em Artes
2009
Arte e Tecnologia da Imagem
Profa. Dra. Patricia Dias Franca Huchet
Wagner Rossi Campos
Área de Concentração:
Orientadora:
RESUMO
O trabalho que segue, MEU CORPO É UM ACONTECIMENTO, dissertação
apresentada ao Curso de Mestrado em Artes da Escola de Belas
Artes/UFMG, investiga o corpo na primeira pessoa. Objeto e sujeito da
ação, o corpo sensível faz do ato um acontecimento. Assim, aborda
questões, tais quais: a arte da performance, a fotografia, o vídeo, os
gestos do artista, o tempo, o lugar, o individual e o global, os afetos e
percepções, a realidade e a virtualidade, objetivando uma análise capaz de
confluir teoria e prática, arte e vida. Como suporte para a pesquisa, estuda
o pensamento como um elemento construtor de mundos e suas
implicações conceituais, inseridas na contemporaneidade. Os
desdobramentos, advindos de tal reflexão, são os elementos construtores
dessa escrita.
terça-feira, 15 de setembro de 2015
CEIA
Centro de Experimentação e Formação de Arte
O CEIA – Centro de Experimentação e Informação de Arte tem coordenação geral do historiador de arte Marcos Hill e do artista plástico Marco Paulo Rolla, e coordenação editorial da artista plástica e gráfica Viviane Gandra. Intercâmbios de diversas naturezas, assim como a criação de uma rede a longa distância são metas do CEIA que já possibilitam uma série de atividades realimentadoras de idéias e processos criativos relativos à produção artística brasileira.
Saiba mais
O CEIA – Centro de Experimentação e Informação de Arte tem coordenação geral do historiador de arte Marcos Hill e do artista plástico Marco Paulo Rolla, e coordenação editorial da artista plástica e gráfica Viviane Gandra. Intercâmbios de diversas naturezas, assim como a criação de uma rede a longa distância são metas do CEIA que já possibilitam uma série de atividades realimentadoras de idéias e processos criativos relativos à produção artística brasileira.
Saiba mais
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
O corpo e o material: uma reflexão social do desejo na vida, através da Arte
Marco Paulo Rolla
Belo Horizonte Escola de Belas Artes /UFMG 2006
Belo Horizonte Escola de Belas Artes /UFMG 2006
Resumo
Atravessando a história da Arte e a do homem em busca de seus desejos, traço um paralelo entre o desenvolvimento de minhas poéticas artísticas e as ações ocorridas nessa história, buscando entender a contemporaneidade como uma causa ou um resultado de cada realidade. Relaciono as situações sociais do agora com as ações propostas em minha obra, pois somos resultado desse meio e somente mediante o distanciamento analítico podemos adquirir visões críticas da vida no presente. Ao fazer ligações com artistas e movimentos na Arte que, ao longo do processo de minha obra, chamaram a atenção por sua energia de transformação e vivacidade em suas realidades, analiso as semelhanças e a importância desses movimentos e pessoas para hoje podermos usar a Arte como um instrumento de reflexão sobre a vida.
Continuar lendo (pdf)
Atravessando a história da Arte e a do homem em busca de seus desejos, traço um paralelo entre o desenvolvimento de minhas poéticas artísticas e as ações ocorridas nessa história, buscando entender a contemporaneidade como uma causa ou um resultado de cada realidade. Relaciono as situações sociais do agora com as ações propostas em minha obra, pois somos resultado desse meio e somente mediante o distanciamento analítico podemos adquirir visões críticas da vida no presente. Ao fazer ligações com artistas e movimentos na Arte que, ao longo do processo de minha obra, chamaram a atenção por sua energia de transformação e vivacidade em suas realidades, analiso as semelhanças e a importância desses movimentos e pessoas para hoje podermos usar a Arte como um instrumento de reflexão sobre a vida.
Continuar lendo (pdf)
terça-feira, 8 de setembro de 2015
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Mentira Repetida
Existe uma natureza comum à obra de Rodrigo, a que expressa através de seu corpo um sentido de insuficiência em frente aquilo que não se supera tão pouco se esquece ou abandona. O esforço que ele repete define seu corpo como o território da dor que se representa inumana. Carne, terra, partes que nos entrega um grito como expressão de que somos dor no limite de um corpo que age e sente, entre a consciência e o que é falta no mundo vivo, na imprecisão entre ser e existir. Sua performance figura-se no transporte tátil entre a criação e o que subverte os limites próprios de quem gritou. O grito em quem ouve é seu negativo silêncio, a decalagem entre o vivido e a cena, o abismo que é arte no gesto que dura em sentido póstumo.”O homem é uma corda atada entre o animal e o além-do-homem: uma corda sobre o abismo. Perigosa travessia, perigoso caminhar, perigoso olhar para trás, perigoso parar e tremer. O que é de grande valor no homem é o fato de ser uma ponte e não um fim”(Nietzsche). Nesta obra, a dor parece se traduzir no timbre de um corpo insuficiente. O grito surge em uma paisagem e parece um teatro épico; dura um pouco mais e se torna insistência; falta fôlego ao corpo e o grito se torna angústia. O choro tenta contê-lo e o grito se abre na deiscência que germina a dor que o artista diz que sente. “Experiência é algo que age em nós quando agimos, como se fôssemos agidos no instante mesmo em que somos agentes” (Marilena Chauí). O grito esgota o corpo que sente.
Fonte:
- http://paratyemfoco.com/multimidia/rodrigo-braga/
Fonte:
- http://paratyemfoco.com/multimidia/rodrigo-braga/
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Rodrigo Braga
Nascido em Manaus, em 1976, viveu em Recife, onde se graduou em Artes Plásticas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e depois se radicou no Rio de Janeiro. Possui obras nos acervos do Museu de Arte Moderna do Rio (Coleção Gilberto Chateaubriand), no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM) de Pernambuco, no Museu de Arte Contemporânea do Paraná e na Maison Européene de La Photographie de Paris, entre outras instituições.
Seu trabalho transita entre a performance, a fotografia e o vídeo, onde frequentemente se coloca como personagem principal de sua obra, que tem uma forte relação com a natureza. Braga participou das últimas edições da Bienal Internacional de São Paulo e da Bienal de Cerveira, em Portugal. Em 2012, venceu o Prêmio Pipa de Artes Visuais na categoria Voto Popular Exposição. Desde o fim de agosto e até o final do mês de outubro, Braga realiza Residência Artística no instituto RU, no bairro do Brooklyn, Nova York.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Performance, Antropofagia, Abramovic
Lucio Agra
Revista Performatus - Ed. 6
Ano 1
Número 6
Set 2013
Texto apresentado em Mesa Redonda que acompanhou o evento Balkan Erotic Epic [Épico Erótico dos Balcãs] de Marina Abramović (palestra, exposição, instalação) realizado no SESC Pinheiros em 2006. Da mesa também participaram Fabio Cypriano e Naira Ciotti.
O título acima procura sintetizar, em três palavras-chave, alguns dos eixos sobre os quais estará construído este ensaio. Na história da performance, o trabalho de Marina Abramović tem uma localização singular, muito embora seja frequentemente assimilado ao juízo classificatório de body art. Na performance brasileira, Abramović produziu repercussões que ecoaram principalmente na obra de Renato Cohen, inclusive com referências diretas ao Balkan Baroque [Barroco dos Balcãs]. Neste evento, a presença de Marina, de sua exposição e do making of de Richard Haber, revestem-se de sentido especial para nós. A partir da fundamental leitura de Fulvio Salvadori, é possível compreender a pesquisa atual de Marina Abramović em consonância com o conceito de Antropofagia tal como formulado pelo poeta e artista Oswald de Andrade, entre nós, desde os anos 20. Artistas fundantes da performance no Brasil como Flávio de Carvalho militaram no movimento antropófago e as ideias do manifesto, retomadas nos anos 50 por Oswald de Andrade, apresentam notável proximidade com a perspectiva do trabalho atual da artista. Para desenhar este mapa da “sociedade matriarcal na era da máquina”, faço uso dos aforismos do Manifesto Antropofágico de 1928.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
O que chamamos de performance?
Lucio Agra
Resumo:
Hans Eijkelboom, Bas Jan Ander, Jirí Kovanda, Sigurdur Gudmunssun , Techching Hsieh, Robert Filiou, Alan Kaprow. Resumidamente, seriam esses os sete nomes que, na 30ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo (2012) representam a performance. Não necessariamente, claro, pois o primeiro artista é um fotógrafo que se interessa, neste momento de sua obra, pelo comportamento dos seres humanos comuns da rua e a forma como seus corpos carregam uma fôrma do vestir “pret-à-porter”. Os brasileiros Sofia Borges e Rodrigo Braga responderiam pelo que mais diretamente pode ser creditado a uma ação do corpo em presença, embora se trate em ambos os casos, novamente, de artistas plásticos que lançam mão – seja pela fotografia, seja pelo vídeo – de estratégias de registro que os levam diante do púbico, enquanto corpos.
terça-feira, 18 de agosto de 2015
Performer
PERFORMATUS
Ed. 14
Ano 3 | N
14 | Jul
2015
Jerzy Grotowski
O Performer, com letra maiúscula, é um homem de ação. Ele não é um homem que faz o papel de outro. É o atuante, o sacerdote, o guerreiro: está fora dos gêneros estéticos. O ritual é performance, uma ação realizada, um ato. O ritual degenerado é um espetáculo. Não quero descobrir algo novo, mas algo que foi esquecido. Algo tão antigo que todas as distinções entre gêneros estéticos deixam de ser válidas.
Eu sou teacher of Performer (Falo no singular: of Performer). Teacher – como em qualquer ofício – é uma pessoa por meio da qual o ensinamento passa; o ensinamento deve ser recebido, mas a maneira de o aprendiz redescobri-lo só pode ser pessoal. E como é que o teacher, por sua vez, conheceu o ensinamento? Pela iniciação, ou pelo furto. O Performer é um estado do ser. O homem de conhecimento, podemos pensá-lo relacionando-o aos romances de Castañeda, se gostarmos do romantismo. Eu prefiro pensar em Pierre de Combas. Ou até nesse Don Juan descrito por Nietzsche: um rebelde diante do qual o conhecimento é tido como um dever; ainda que os outros não o amaldiçoem, ele sente que é diferente, um outsider. Na tradição hindú, fala-se dos vratias (hordas de rebeldes). Um vratia é alguém que está no caminho para conquistar o conhecimento. O homem de conhecimento [czlowiek poznania] tem à sua disposição o fazer, o doing, e não ideias ou teorias. O verdadeiroteacher – o que ele faz pelo aprendiz? Ele diz: faça isso. O aprendiz luta para entender, para reduzir o desconhecido ao conhecido, para evitar fazer. Pelo simples fato de querer entender, ele resiste. Ele só pode entender depois defazer. Ele faz ou não faz. O conhecimento é uma questão de fazer.
Tradução de Patricia Furtado de Mendonça
Revisão ortográfica de Marcio Honorio de Godoy
© 2015 eRevista Performatus, Jerzy Grotowski, 1987, 1990 e The Jerzy Grotowski Estate, 2005
Texto completo: PDF
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
Política do Impossível
"Coletivo PI - Política do Impossível - O coletivo PI é um grupo de artistas educadores
que trabalham na intersecção
entre arte, política e educação.
O PI neste projeto:
Beatriz Falleiros Carvalho
Cibele Lucena
Daniel Lima
Eduardo Consoni
Jerusa Messina
Joana Zatz
Luciana Costa
Mariana Cavalcante
Rafael Leona
CARTOGRAFIA POLÍTICA DA AÇÃO COMUM
Supervisão pedagógica da formação inicial do Programa Jovens
Urbanos/Cenpec
Coletivo PI - Política do Impossível
Junho e julho de 2007
1) D E S F R A G M E N TA R A A Ç Ã O : da experiência de educação ilhada em cada sujeito para um campo comum, entrelaçado de experiências
Uma das preocupações mais persistentes para nós do grupo PI é o reconhecimento e a construção do sentido de grupalidade: o encontro com o “comum” e a busca, a partir daí, de sua proliferação em ações autônomas que possam eventualmente se desenvolver.
Estabelecer laços sociais, em uma atualidade que cada vez mais fragmenta a vida e perde o sentido de “ser” coletivamente, se torna aqui fundamento e objetivo ao mesmo tempo. Para o desenvolvimento destas relações procuramos criar vínculos que permitam a cada sujeito envolvido “estar de corpo inteiro”, tomados por seus desejos e urgências, trazendo à tona a soma de conflitos macro e micro políticos que compõem cada subjetividade.
É neste ponto que, para nós, a construção de uma “ Cartografia Política da Ação Comum” - partindo do mapa de São Paulo - pode subverter uma situação de representação estática, imagem internalizada por todos, difícil de romper; pode subverter um “comum habitual, dado”, tornando-se um terreno fértil de “imersão no comum construído, experienciado, vivido”.
A possibilidade de estabelecer grupos de trabalho que já não sejam amontoados institucionais - onde as hierarquias e a falta de afetação regem as relações - para ir cada vez mais aproximando-se do sentido de grupo, acontece na horizontalidade desta construção do comum, como base para a ação e a criação."
Continuar lendo (pdf)
CARTOGRAFIA POLÍTICA DA AÇÃO COMUM
Supervisão pedagógica da formação inicial do Programa Jovens
Urbanos/Cenpec
Coletivo PI - Política do Impossível
Junho e julho de 2007
1) D E S F R A G M E N TA R A A Ç Ã O : da experiência de educação ilhada em cada sujeito para um campo comum, entrelaçado de experiências
Uma das preocupações mais persistentes para nós do grupo PI é o reconhecimento e a construção do sentido de grupalidade: o encontro com o “comum” e a busca, a partir daí, de sua proliferação em ações autônomas que possam eventualmente se desenvolver.
Estabelecer laços sociais, em uma atualidade que cada vez mais fragmenta a vida e perde o sentido de “ser” coletivamente, se torna aqui fundamento e objetivo ao mesmo tempo. Para o desenvolvimento destas relações procuramos criar vínculos que permitam a cada sujeito envolvido “estar de corpo inteiro”, tomados por seus desejos e urgências, trazendo à tona a soma de conflitos macro e micro políticos que compõem cada subjetividade.
É neste ponto que, para nós, a construção de uma “ Cartografia Política da Ação Comum” - partindo do mapa de São Paulo - pode subverter uma situação de representação estática, imagem internalizada por todos, difícil de romper; pode subverter um “comum habitual, dado”, tornando-se um terreno fértil de “imersão no comum construído, experienciado, vivido”.
A possibilidade de estabelecer grupos de trabalho que já não sejam amontoados institucionais - onde as hierarquias e a falta de afetação regem as relações - para ir cada vez mais aproximando-se do sentido de grupo, acontece na horizontalidade desta construção do comum, como base para a ação e a criação."
Continuar lendo (pdf)
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
quarta-feira, 12 de agosto de 2015
Entre Saltos
"Em 2013, o Coletivo PI recebeu o Prêmio FUNARTE - Mulheres nas Artes Visuais, com a performance urbana Entre Saltos. As cidades de São Paulo, Campinas/SP, Porto Alegre/RS e Salvador/BA foram eleitas para receber a performance em 2014. Para a intervenção, o Coletivo PI conta com a colaboração da performer e artista plástica Ana Teresa Fernández, que trabalha com temáticas ligadas à desigualdade, imigração e questões do gênero feminino.
A intervenção urbana proposta pelo Coletivo PI aborda a figura da mulher no mundo contemporâneo. A performance trata da construção da feminilidade bem como a imagem do feminino em relação à esfera pública. A ação se dá em forma de um desfile público, de muitas mulheres, que pretende enfatizar o equilíbrio e o desequilíbrio enfrentados pelo feminino na metáfora do “sapato de salto alto”, e propõe colocar a rua como extensão do corpo e da vida. Ao término, as performers constroem poeticamente uma instalação com a colaboração da artista plástica e performer mexicana Ana Teresa Fernández.De acordo com as artistas do Coletivo PI, Entre Saltos “fala sobre a mulher que procura se equilibrar entre as várias esferas de sua vida e sobre as imposições de uma sociedade cada vez mais voltada ao culto à imagem e a padrões de beleza rigorosos, a mulher que procura ser mãe atenciosa, mulher desejável, profissional competente, habilidosa nas funções domésticas e ainda se sustentar sobre dois saltos altos. A performance de um coro de mulheres trata da beleza comum, da força e a fragilidade juntas em um exercício da subjetividade e existência”.A intervenção ocorreu em fevereiro de 2014 no centro na cidade de São Paulo. Mais de quarenta mulheres percorreram a cidade e finalizaram a ação no Vale do Anhangabaú onde os sapatos foram enterrados pelas participantes.Em março foi a vez da cidade de Campinas receber a performance, por meio do Sesc Campinas. A ação foi realizada no Jardim Itatinga, bairro periférico da cidade, contando inclusive com a colaboração de mulheres profissionais do sexo que lá vivem e trabalham, por meio da parceria com a Associação de Mulheres Guerreiras. A organização campineira é integrante da Rede Nacional de Prostitutas, que luta pelo reconhecimento legal do profissional do sexo, por meio da organização da categoria e sua mobilização em defesa e promoção de seus direitos. A ação também contou com o apoio de profissionais autônomos e comerciantes do bairro e tem parcerias com as instituições Pastoral da Mulher Marginalizada e Centro de Estudos e Promoção da Mulher Marginalizada (CEPROMM), ambas situadas no Jardim Itatinga.
Porto Alegre/RS foi a terceira cidade a receber o projeto em abril de 2014. Para a realização da performance, o Coletivo PI contou com o apoio da ONG Coletivo Feminino Plural. O grupo trabalha há mais de 16 anos em defesa dos direitos da mulher por meio de projetos sociais e culturais e articulações políticas. A oficina de intervenção urbana ocorreu na Casa de Cultura Mário Quintana, mesmo local onde começou a performance na capital gaúcha. O coro com cerca de 30 mulheres atravessou o centro histórico da cidade e encerrou Entre Saltos duas horas depois no Parque Farroupilha, também conhecido por Parque Redenção. A escultura foi erguida diante da estátua em referência a Atena, deusa da guerra e da sabedoria. A finalização do projeto Entre Saltos, dentro do Prêmio Mulheres nas Artes Visuais, ocorreu em maio na cidade de Salvador/BA. Para realização da oficina e performance, o Coletivo PI contou com o apoio do Espaço Xisto Bahia. Mulheres e homens de diversas origens e motivações percorreram o centro histórico de Salvador, em especial a região do Pelourinho. A performance encerrou no Dique do Tororó onde os performers trançaram os sapatos à beira do rio. Ao todo, mais de 150 performers participaram do projeto como performers. A equipe de produção reuniu integrantes do Coletivo PI e colaboradores locais em cada cidade.
Porto Alegre/RS foi a terceira cidade a receber o projeto em abril de 2014. Para a realização da performance, o Coletivo PI contou com o apoio da ONG Coletivo Feminino Plural. O grupo trabalha há mais de 16 anos em defesa dos direitos da mulher por meio de projetos sociais e culturais e articulações políticas. A oficina de intervenção urbana ocorreu na Casa de Cultura Mário Quintana, mesmo local onde começou a performance na capital gaúcha. O coro com cerca de 30 mulheres atravessou o centro histórico da cidade e encerrou Entre Saltos duas horas depois no Parque Farroupilha, também conhecido por Parque Redenção. A escultura foi erguida diante da estátua em referência a Atena, deusa da guerra e da sabedoria. A finalização do projeto Entre Saltos, dentro do Prêmio Mulheres nas Artes Visuais, ocorreu em maio na cidade de Salvador/BA. Para realização da oficina e performance, o Coletivo PI contou com o apoio do Espaço Xisto Bahia. Mulheres e homens de diversas origens e motivações percorreram o centro histórico de Salvador, em especial a região do Pelourinho. A performance encerrou no Dique do Tororó onde os performers trançaram os sapatos à beira do rio. Ao todo, mais de 150 performers participaram do projeto como performers. A equipe de produção reuniu integrantes do Coletivo PI e colaboradores locais em cada cidade.
Ficha TécnicaCriação - Coletivo PIPerformers e oficineiras - Pâmella Cruz, Priscilla Toscano e Natalia ViannaArtista Plástica convidada - Ana Teresa FernandezEquipe de produção - Adriano Garcia, Chai Rodrigues, Jean Carlo Cunha, Natalia Vianna, Mari Sanhudo, Pâmella Cruz e Priscilla Toscano.Assessoria de imprensa - KB ComunicaçãoApoio técnico - Douglas Torelli, Felipe Mochiute, Sandra Azevedo, Thiago Camacho e Rodrigo Spavanelli"
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Coletivo Pi
"Fundado em 2009, por Pâmella Cruz e Priscilla Toscano, o Coletivo PI realiza intervenções urbanas efêmeras utilizando diferentes linguagens, tais como a performance, o teatro, a dança e as artes visuais, para compor suas criações. A pesquisa do grupo tem como base o diálogo entre o artista e o espaço, na construção de formas poéticas que representem e transformem um espaço (físico ou imaginário), resgatando sua memória, discutindo suas funções e propondo novas percepções.
Pâmella, Priscilla e Natalia Vianna, que passou a integrar o núcleo em 2010, se conheceram na UNESP – Universidade Estadual Paulista em 2005 no curso de Licenciatura em Arte-Teatro e desde a graduação percebiam as afinidades quanto às questões artísticas. Um dos objetivos do Coletivo PI é pensar e realizar intervenções e performances em espaços urbanos reafirmando a rua e locais utilizados cotidianamente pela população como espaços da experiência e da criação. No início de 2014, também passaram a integrar o PI os performers Chai Rodrigues, Jean Carlo Cunha e Mari Sanhudo.
O PI possui uma trajetória crescente no cenário brasileiro da Intervenção Urbana e da Performance. Os principais trabalhos do coletivo são Na Casa de Paulo, contemplado pelo “Prêmio Artes Cênicas na Rua 2011” - FUNARTE/MINC, realizado em 2012; a performance urbana CEGOS em parceria com o Desvio Coletivo em 2012 e 2013; o edital “Obras em Construção”, da Associação Cultural Casa das Caldeiras, com o projeto “Reflexos Urbanos”. Desde abril de 2013 o grupo está em processo de residência artística no local, visando à criação e temporada do espetáculo multimídia O retrato mais que óbvio daquilo que não vemos, contemplado no Edital da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo - “Primeiras obras de produção de espetáculo inédito e temporada de teatro”. A peça terá estreia em 2014; e Entre Saltos, a performance urbana vencedora do Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais 2013.
Nome Coletivo PIMas por que PI? O que é o PI?O mais conhecido 3,14.
É o símbolo grego utilizado pela Matématica em diversos cálculos…
É um símbolo de fácil reconhecimento…
Está ligado a qualquer forma circular…
É o 3,1415926.
É o valor da razão entre a circunferência de qualquer círculo e seu diâmetro, é a mais antiga constante matemática que se conhece.
Tem força enquanto palavra e som.
É a mais pura abstração…
É o nome de um personagem do livro Avó Dezenove e o Segredo do Soviético – Ondjak.
O PI tem até um dia próprio! 14 de março. A primeira comemoração do Dia do PI aconteceu no museu Exploratorium de São Francisco, em 1988, com público e funcionários marchando em torno de um dos espaços circulares do museu, e depois consumindo tortas de frutas no ano seguinte, o museu acrescentou pizza ao menu do Dia do PI.
Pi é um símbolo ligado a circularidade, a qualquer simetria esférica. O círculo é a forma mais democrática de distribuição de pessoas em um espaço, onde todos possuem a mesma posição, todos podem se ver.
Por fim, PI é Performance e Intervenção."
Pâmella, Priscilla e Natalia Vianna, que passou a integrar o núcleo em 2010, se conheceram na UNESP – Universidade Estadual Paulista em 2005 no curso de Licenciatura em Arte-Teatro e desde a graduação percebiam as afinidades quanto às questões artísticas. Um dos objetivos do Coletivo PI é pensar e realizar intervenções e performances em espaços urbanos reafirmando a rua e locais utilizados cotidianamente pela população como espaços da experiência e da criação. No início de 2014, também passaram a integrar o PI os performers Chai Rodrigues, Jean Carlo Cunha e Mari Sanhudo.
O PI possui uma trajetória crescente no cenário brasileiro da Intervenção Urbana e da Performance. Os principais trabalhos do coletivo são Na Casa de Paulo, contemplado pelo “Prêmio Artes Cênicas na Rua 2011” - FUNARTE/MINC, realizado em 2012; a performance urbana CEGOS em parceria com o Desvio Coletivo em 2012 e 2013; o edital “Obras em Construção”, da Associação Cultural Casa das Caldeiras, com o projeto “Reflexos Urbanos”. Desde abril de 2013 o grupo está em processo de residência artística no local, visando à criação e temporada do espetáculo multimídia O retrato mais que óbvio daquilo que não vemos, contemplado no Edital da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo - “Primeiras obras de produção de espetáculo inédito e temporada de teatro”. A peça terá estreia em 2014; e Entre Saltos, a performance urbana vencedora do Prêmio Funarte Mulheres nas Artes Visuais 2013.
Nome Coletivo PIMas por que PI? O que é o PI?O mais conhecido 3,14.
É o símbolo grego utilizado pela Matématica em diversos cálculos…
É um símbolo de fácil reconhecimento…
Está ligado a qualquer forma circular…
É o 3,1415926.
É o valor da razão entre a circunferência de qualquer círculo e seu diâmetro, é a mais antiga constante matemática que se conhece.
Tem força enquanto palavra e som.
É a mais pura abstração…
É o nome de um personagem do livro Avó Dezenove e o Segredo do Soviético – Ondjak.
O PI tem até um dia próprio! 14 de março. A primeira comemoração do Dia do PI aconteceu no museu Exploratorium de São Francisco, em 1988, com público e funcionários marchando em torno de um dos espaços circulares do museu, e depois consumindo tortas de frutas no ano seguinte, o museu acrescentou pizza ao menu do Dia do PI.
Pi é um símbolo ligado a circularidade, a qualquer simetria esférica. O círculo é a forma mais democrática de distribuição de pessoas em um espaço, onde todos possuem a mesma posição, todos podem se ver.
Por fim, PI é Performance e Intervenção."
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Contornos
"O Coletivo Pi é famoso por realizar performances e intervenções urbanas ousadas e efêmeras na cidade de São Paulo, unindo diferentes linguagens, como teatro, dança, performance e artes visuais. Pretendendo surpreender desta vez o público do Rio de Janeiro, o Coletivo prepara a intervenção Contornos, em que quatro mulheres criam uma tela ao vivo, pintada com os próprios corpos.
Cada performer se banha em tinta de cor diferente e pinta uma tela a partir de seus movimentos corporais, deixando contornos coloridos. A performance integra a programação da Maratona Cultural Cidade Olímpica, que celebra o marco de um ano para o início dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, com diversas atividades gratuitas que acontecerão na Praça da Cinelândia durante o dia todo. O Coletivo Pi se apresenta no dia 8 de agosto, às 15h00, no Pátio do Museu Nacional de Belas Artes.
O trabalho surgiu da ideia de criar uma grande parede branca com as marcas de corpos, imprimindo cor e movimento, usando a materialidade corporal como instrumento principal para feitura da tela, deslocando a importância da obra para o momento de sua criação, valorizando o processo e não apenas o produto final. A ação tem inspiração na pintura gestual de Jackson Pollock, cuja pintura era fruto de uma composição de movimentos e gestos, em que o artista entra na obra e dá vasão ao ato espontâneo de criar.
Contornos é uma reflexão poética sobre o corpo/matéria e a identidade/feminilidade. A performance encara o corpo como nosso território, a materialidade de nossa existência e pensa sobre os contornos femininos, como eles definem e segregam, quais as possibilidades transitórias de um corpo que é território, quais os carimbos que deixamos ou levamos em nossa relação com a cultura/cidade, que também é território, porém coletivo.
Performance “Contornos” do Coletivo Pi
Pátio do Museu Nacional de Belas ArtesAv. Rio Branco, 199 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Dia 8 de agosto, às 15h"
quarta-feira, 5 de agosto de 2015
A revolta do invólucro
Um homem qualquer.
700m de plástico-bolha.
Puro fetiche.
Ele desenrola a matéria como se o invólucro demarcasse a obra da paisagem para além de si.
Sem saber o quê fazer, pede ajuda.
Todos desenham
700m de plástico-bolha.
Puro fetiche.
Ele desenrola a matéria como se o invólucro demarcasse a obra da paisagem para além de si.
Sem saber o quê fazer, pede ajuda.
Todos desenham
MAM-RJ e Maré
Fotos: Júlio Callado e Thiago Jatobá
Fotos: Júlio Callado e Thiago Jatobá
terça-feira, 4 de agosto de 2015
Conjugados (ecos)
Daniela Mattos e Alexandre Sá
− comunicabilidade / incomunicabilidade− espaço / arquitetura / paisagem− escrita /desenho− escuta / observação / silêncio
Materiais:
duas cadeiras iguaisuma resma de papel ofício para cada umcanetasfita adesiva
1 – os performers se colocam nos extremos opostos da rampa (dm em baixo, as em cima) e permanecem em silencio por 4'33''
2 – a resma de papel ofício de cada um será usada da seguinte forma: a performer constrói uma linha usando as folhas e fita adesiva e o performer faz gaivotas de dobradura com as folhas, ambos com a ajuda dos espectadores
3 – a primeira parte da acão deve ser feita em deslocamento, direcionada a um suposto ponto de encontro
4 – Após o encontro dos performers, eles retornam ao lugar de início e começam a usar o caderno de anotações e desenhos
5 – os performers devem selecionar situações ou imagens ou sons no entorno e traduzir com escrita e/ou desenho tais observações
6 – tão logo for coletada uma imagem/som/pensamento/etc os performers devem levar seu caderno até o outro e após mostrarem suas anotações/desenhos, trocam seus cadernos entre si
7 – essa troca acontecerá até o término das folhas dos cadernos, quando a ação termina
Desenhos: Alexandre Sá
Com:
Guilherme Vergara
Elisa de Magalhães
Jonas Arrabal
João Veiga Jordão
Cecília Cotrim
Tatiana Grinberg
Fotos: Wilton Montenegro
Fonte: http://alexandresa.org/filter/ações/Conjugados-ecos
− comunicabilidade / incomunicabilidade− espaço / arquitetura / paisagem− escrita /desenho− escuta / observação / silêncio
Materiais:
duas cadeiras iguaisuma resma de papel ofício para cada umcanetasfita adesiva
1 – os performers se colocam nos extremos opostos da rampa (dm em baixo, as em cima) e permanecem em silencio por 4'33''
2 – a resma de papel ofício de cada um será usada da seguinte forma: a performer constrói uma linha usando as folhas e fita adesiva e o performer faz gaivotas de dobradura com as folhas, ambos com a ajuda dos espectadores
3 – a primeira parte da acão deve ser feita em deslocamento, direcionada a um suposto ponto de encontro
4 – Após o encontro dos performers, eles retornam ao lugar de início e começam a usar o caderno de anotações e desenhos
5 – os performers devem selecionar situações ou imagens ou sons no entorno e traduzir com escrita e/ou desenho tais observações
6 – tão logo for coletada uma imagem/som/pensamento/etc os performers devem levar seu caderno até o outro e após mostrarem suas anotações/desenhos, trocam seus cadernos entre si
7 – essa troca acontecerá até o término das folhas dos cadernos, quando a ação termina
Desenhos: Alexandre Sá
Com:
Guilherme Vergara
Elisa de Magalhães
Jonas Arrabal
João Veiga Jordão
Cecília Cotrim
Tatiana Grinberg
Fotos: Wilton Montenegro
Fonte: http://alexandresa.org/filter/ações/Conjugados-ecos
Alexandre Sá
Alexandre Sá vive e trabalha no Rio de Janeiro. É doutor e mestre em Linguagens Visuais pela Escola de Belas Artes da UFRJ e licenciado em História da Arte pela UERJ. É um profissional híbrido que trabalha com as mais diversas linguagens (instalações, performances, fotografias, objetos e vídeos) e sua pesquisa plástica tem como preocupação estética as relações entre o texto, a imagem, a poesia, o corpo e a psicanálise. Uma de suas particularidades é o diálogo entre teoria e prática, pois também atua também crítico, escrevendo textos para revistas especializadas. É coordenador da graduação e professor do Instituto de Artes da UERJ; coordenador e professor do curso de Artes Visuais da Unigranrio. Integra a comissão editorial da revista Concinnitas (do Instituto de Artes da UERJ). Foi consultor de projetos artísticos da Escola de Artes Visuais do Parque Lage e atualmente é professor de História da Arte nesta mesma instituição para o curso gratuito de Fundamentação. Atualmente está em processo de formação psicanalítica no Instituto FCCL-Rio (Formações Clínicas do Campo Lacaniano).
- http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4744805A1
- http://alexandresa.org/filter/ações
- http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4744805A1
- http://alexandresa.org/filter/ações
terça-feira, 14 de julho de 2015
A hibridação entre performance e fotografia
Um estudo sobre a performance, a performance, a fotografia e o artista Luiz Rettamozzo
Flávia Adami
Anais do VII Fórum de Pesquisa Científica em Arte. Curitiba, Embap, 2011. 76
Resumo
A linguagem da performance sempre foi e continuará sendo um assunto controverso no
campo das arte visuais. Questionamentos sobre o entendimento dessa linguagem
continuam em pauta: de que maneira a performance interfere nas relações interpessoais,
culturais e sociais?; como caracterizar os resultados obtidos pelos trabalhos performáticos?
Essas são perguntas que exigem muita reflexão. Este artigo tem por objetivo discutir a
relação entre performance e fotografia. Tentaremos identificar um tipo de performance que
encontra na fotografia não apenas o registro, ou seja, uma performance que contraria o
entendimento da ação ao vivo como única possibilidade. Para este estudo, foi analisado o
trabalho intitulado Ar Retta, publicado em 1981, pelo artista Luis Rettamozzo. Estes
trabalhos fotográficos afirmam uma poética entre a performance e a fotografia, no qual a
fotografia não é o registro de uma ação ao vivo, mas o lugar de seu acontecimento.
Palavras chaves: Performance; Fotografia; Interseção.
Continuar lendo
Palavras chaves: Performance; Fotografia; Interseção.
Continuar lendo
terça-feira, 30 de junho de 2015
Pour être plus belle et plus efficiente
A artista Priscilla Davanzo colhe flores naturais de um jardim e as costura na pele. Trata-se de um embelezamento com dor, numa crítica às práticas cosméticas.
Fonte:
- http://performatus.net/priscilla-davanzo/
- Capítulo "Que corpo é esse? Densidade e superfície" do livro Corpo, Identidade e Erotismo de Katia Canton - Coleção Temas da Arte Contemporânea
Fonte:
- http://performatus.net/priscilla-davanzo/
- Capítulo "Que corpo é esse? Densidade e superfície" do livro Corpo, Identidade e Erotismo de Katia Canton - Coleção Temas da Arte Contemporânea
segunda-feira, 29 de junho de 2015
Priscilla Davanzo: A arte de avacalhar com o corpo imaculado
Revista Performatus
Ed. 8
Ano 2 | Nº
8 | Jan
2014
"Apesar de fazer performances, Priscilla Davanzo satiriza o lugar do efêmero quando “eterniza” a aparência almejada em si. Não há retorno, e o seu corpo construído, com relação ao original, é irrevogável. E qual corpo não foi transformado? Qual corpo foi resguardado incólume, de forma sagrada, sem nenhuma intervenção, tal e qual o original, idêntico àquele que veio ao mundo? Provavelmente, não há.
Diversas alterações – mesmo que não tão radicais – são infligidas ao corpo. Desde as tintas para os cabelos, os bronzeamentos, o uso de modestos ornamentos entre outras formas de remodelações tão singelas quanto essas, são realizadas por todos. Sempre fazemos alguma interferência sobre a nossa camada mais externa: desde a mais modesta até a mais intensa, como é o caso das tatuagens, dos brandings e das escarificações, por exemplo."
sexta-feira, 26 de junho de 2015
Direções
A performance Direções surge dos sons de GPS, vozes de alerta dos transportes públicos e seguranças que estão sempre nos advertindo. O melhor caminho a ser seguido muitas vezes não é tomado por nós mesmos mas sim por uma ordem de controle "acima" que impõe seus limites de direção. Pensando sobre isso e em como esses alertas agem sobre nosso corpo, a performance foi realizada no dia 24/06/2015 nos corredores da UERJ.
quinta-feira, 25 de junho de 2015
Que corpo é esse? Densidade e superfície
Capítulo do livro Corpo, Identidade e Erotismo de Katia Canton - Coleção Temas da Arte Contemporânea
"Tatuagens, piercings, maquiagem, cirurgias plásticas, escarificação, pinturas, queimaduras (branding), além de vestimentas e adornos corporais - são maneiras de construir a relação de identidade e alteridades por meio do próprio corpo. Ele é, afinal, nossa existência materializada e estilizada."
Exemplo do trabalho da artista e pesquisadora Priscilla Davanzo que propõe constantes transformações no próprio corpo.
-> ideia de permanência e verdade
"Tatuagens, piercings, maquiagem, cirurgias plásticas, escarificação, pinturas, queimaduras (branding), além de vestimentas e adornos corporais - são maneiras de construir a relação de identidade e alteridades por meio do próprio corpo. Ele é, afinal, nossa existência materializada e estilizada."
Exemplo do trabalho da artista e pesquisadora Priscilla Davanzo que propõe constantes transformações no próprio corpo.
![]() |
As vacas comem duas vezes a mesma comida - 2000 |
-> ideia de permanência e verdade
-> elemento da dor como um sentir que faz parte da vida humana
terça-feira, 16 de junho de 2015
quinta-feira, 11 de junho de 2015
A cidade marca
Artista marca a cidade com tinta vermelha em protesto contra a violência
"RIO - O dia era 30 de agosto de 2014. E a baiana Ítala Ísis acordou muito triste. Morando no Rio há 20 anos, a artista teve a sensação de que a cidade a expulsava por causa da violência, dos preços altos e da forma agressiva como algumas manifestações vinham sendo reprimidas. Não teve dúvida. Se levantou, jogou tinta vermelha em um balde e, com um pano branco nos ombros, foi para a Rua do Riachuelo, na Lapa. Começava, assim, a performance ‘A cidade marca’, que ela continua repetindo sempre que sente necessidade. A ideia é extravasar esses sentimentos negativos arrastando o pano pela cidade e batendo-o com força contra o chão. O semblante sério acompanha a caminhada.
— Um dos objetivos é ser camuflada pela itinerância e pelo estranhamento. Se paro para explicar, perco tudo isso e me sinto desprotegida — conta ela, acrescentando que sente uma extrema liberdade quando ‘protesta’. — Sinto também uma força de renovação. Na maioria das vezes, não sei o que pessoas vão pensar. Nem penso nisso. Simplesmente vivo a sensação."
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/gente-do-rio-artista-marca-cidade-com-tinta-vermelha-em-protesto-contra-violencia-15870841#ixzz3cmfo0N1n
© 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
VÍDEO
"RIO - O dia era 30 de agosto de 2014. E a baiana Ítala Ísis acordou muito triste. Morando no Rio há 20 anos, a artista teve a sensação de que a cidade a expulsava por causa da violência, dos preços altos e da forma agressiva como algumas manifestações vinham sendo reprimidas. Não teve dúvida. Se levantou, jogou tinta vermelha em um balde e, com um pano branco nos ombros, foi para a Rua do Riachuelo, na Lapa. Começava, assim, a performance ‘A cidade marca’, que ela continua repetindo sempre que sente necessidade. A ideia é extravasar esses sentimentos negativos arrastando o pano pela cidade e batendo-o com força contra o chão. O semblante sério acompanha a caminhada.
— Foi uma maneira de colocar para fora uma sensação estranha que estava dentro de mim e que não cabia no meu corpo — explica Ítala. — Precisava criar algo que transbordasse o que eu estava sentindo.
Uma das estratégias da performance, segundo ela, é a total falta de interação com as pessoas.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/gente-do-rio-artista-marca-cidade-com-tinta-vermelha-em-protesto-contra-violencia-15870841#ixzz3cmfo0N1n
© 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
VÍDEO
quarta-feira, 10 de junho de 2015
Práticas de (Des) (Re) Construção Corporal: laboratório de criação em performance
Professora: Sandra Bonomini
Horário: 18h30 às 20h30
Sala: E
Período: 20 a 28/jul
Valor da Mensalidade: R$250 / R$230 (alunos e ex-alunos FAV / EAV)
Release do Curso: O Laboratório intensivo de criação e experimentação em performance visa ser, em primeiro lugar, um espaço de troca artística e energética no qual os participantes serão motivados, “provocados” a desenvolver seu próprio processo criativo colocando o corpo como principal veículo de trabalho. Mais perto da apresentação do que da representação, põe-se em questão a condição de híbrido do sujeito, o corpo político, o corpo social e o corpo “outro” do performer-ser humano. Através de exercícios e práticas – individuais e coletivas – iremos explorar a relação com o tempo, o espaço, o objeto e o outro na performance.
A arte da Perfomance surge aqui como aquela linguagem sem fronteira definida, que permeia-se na vida cotidiana indiscutivelmente, então possibilita a reinvenção, a reconstrução simbólica de fatos, da memória que se faz presente através da ação e da nossa própria identidade quantas vezes for necessário. Conceitos como Site Specific, Intervenção urbana e Instalação de um lado, e do outro Performatividade do gênero* e Corpo Decolonial** serão discutidos durante o laboratório com o intuito de gerar possíveis respostas ou mais perguntas sobre o nosso fazer artístico contemporâneo.
Brevemente, vamos rever o trabalho de alguns artistas de performance da América Latina cujos interesses dialogam com os tópicos deste laboratório. Para finalizar o encontro e valorizando mais o processo em constante devir, no último dia abriremos as portas para compartilhar um pouco do que foi “gestado”.
[*] Constitui um dos conceitos centrais na obra da filósofa estadunidense Judith Butler e refere-se, resumidamente, a como o gênero é constituido por atos de repetição estilizada.
[**] Figura trabalhada na minha monografía de conclusão de curso de Pós-graduação em Movimento e Ação: Arte da Performance, pela Faculdade Angel Vianna.
[**] Figura trabalhada na minha monografía de conclusão de curso de Pós-graduação em Movimento e Ação: Arte da Performance, pela Faculdade Angel Vianna.
Público-alvo: bailarinos, atores, performers, artistas de outras áreas e pessoas interessadas no trabalho e processo de criação
Número máximo de participantes: 20
CV breve da Professora:
Atriz-bailarina, criadora e performer peruana. Pós-graduada (Lato Sensu) em Movimento e Ação: Arte da Performance, pela Escola e Faculdade de Dança Angel Vianna, e formada em Artes Cênicas pela Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP). Complementou sua formação com estudos em Dança Contemporânea desde 2003 nas escolas Pata de Cabra (Lima) e Andanzas (PUCP), dirigidas pela bailarina, pesquisadora e coreógrafa peruana Mirella Carbone. Fez oficinas e workshops dentro e fora do Peru, sendo os principais: “O trabalho pessoal do ator”, conduzido pela atriz Geddy Aniksdal (Companhia de Teatro Grenland Friteater (Noruega)); “Bodyweather and Butoh”, conduzido pelo coreógrafo e diretor Stuart Lynch (UK), no PIT (Porsgrunn International Theater Festival (Noruega)); “Cuerpo – Acción / Corpo – Ação”, conduzido pela artista e performer Violeta Luna (México), no Festival Internacional de Mulheres Criadoras (Magdalena Project), organizado pelo Grupo Cultural Yuyachkani (Lima (Peru)). É co-criadora da Estação Experimental (plataforma de criação e pesquisa em performance e linguagens artísticas híbridas) junto com outros artistas brasileiros desde outubro de 2013. Atualmente, desenvolve uma pesquisa pessoal teórica/prática, na qual relaciona Identidad(es), gênero(s), corpo híbrido e a performance contemporânea na América Latina.
Seu trabalho já foi apresentado em diferentes encontros, festivais, mostras, seminários e ocupações no Brasil (nas cidades de Belo Horizonte (MG), Tiradentes (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Natal (RN)) e no exterior (Lima (Peru), Nova Iorque (EUA), Berlim e Colônia (Alemanha).
Fonte:
terça-feira, 9 de junho de 2015
A Linguagem da Performance, da Publicidade e da Propaganda: diálogos entre arte e existência
Luiz Carlos Cardoso Suzano Junior
Sara Passabon Amorim
Resumo
A linguagem da performance dialoga com a publicidade e propaganda, ao passo que essas três vertentes se relacionam com o homem como um fazedor de arte e que existe num tempo/espaço próprio. Através dos fundamentos da arte da performance, da publicidade de guerrilha e dos conceitos da propaganda, a pesquisa expõe os diálogos dessas comunicações provocativas e expressivas no âmbito social e da expressão humana. Percorre-se o sentido dos elementos tomados para observação: a encenação “Arte e Existência: uma performance artaudiana” e a campanha de propaganda de guerrilha do filme “The Dark Knight”, nomeada “Why So Serious?”. O olhar comparativo entre as duas produções é desenvolvido a partir de um diálogo entre as linguagens adotadas e as ideologias na qual as duas se baseiam.
Palavras-chave: Performance-arte; Publicidade e propaganda; Comunicação de vanguarda.
Continuar lendo
Sara Passabon Amorim
Resumo
A linguagem da performance dialoga com a publicidade e propaganda, ao passo que essas três vertentes se relacionam com o homem como um fazedor de arte e que existe num tempo/espaço próprio. Através dos fundamentos da arte da performance, da publicidade de guerrilha e dos conceitos da propaganda, a pesquisa expõe os diálogos dessas comunicações provocativas e expressivas no âmbito social e da expressão humana. Percorre-se o sentido dos elementos tomados para observação: a encenação “Arte e Existência: uma performance artaudiana” e a campanha de propaganda de guerrilha do filme “The Dark Knight”, nomeada “Why So Serious?”. O olhar comparativo entre as duas produções é desenvolvido a partir de um diálogo entre as linguagens adotadas e as ideologias na qual as duas se baseiam.
Palavras-chave: Performance-arte; Publicidade e propaganda; Comunicação de vanguarda.
Continuar lendo
segunda-feira, 8 de junho de 2015
Figurações do corpo biológico ao virtual
Lucia Santaella
RESUMO: Um grande número de discursos filosóficos, psicanalíticos e culturais contemporâneos tem colocado muitas dúvidas sobre quaisquer concepções do corpo como simplesmente um organismo biológico cujas nítidas fronteiras são desenhadas por sua pele. Cada vez menos considerado como uma propriedade imutável, no decorrer do último século, subverteram-se os limites delineados pelas construções culturais e o corpo foi se transformando em um território sem fronteiras, continuamente renovável e infinitamente interpretável. Longe de ser obliterado, o corpo veio se tornando crescentemente presente, não mais como uma totalidade homogênea, mas um mosaico flexível e permeável, cujas formas e estruturas se tornaram voláteis. Que identidade biológica, tecnológica ou cultural pode ser atribuída ao corpo? Como pode a esquizofrenia inerente à sua multiplicidade ser entendida? O argumento que venho propondo, nas reflexões que tenho desenvolvido sobre a problemática psíquica e cultural do corpo, é o de que o corpo está obsessivamente onipresente porque ele se tornou um dos sintomas da cultura do nosso tempo. Diferentemente dos sintomas do século XIX, que se davam no corpo, que marcavam o corpo, gradativamente esses sintomas foram crescendo até tomar o corpo ele mesmo como sintoma da cultura. Este trabalho visa discutir algumas das razões para esse estado de coisas, com ênfase na virtualização dos corpos propiciada pela revolução digital.
Palavras-chave:
imagens do corpo, imagens de diagnóstico, corpos digitais, avatares, telepresença
Continuar lendo
RESUMO: Um grande número de discursos filosóficos, psicanalíticos e culturais contemporâneos tem colocado muitas dúvidas sobre quaisquer concepções do corpo como simplesmente um organismo biológico cujas nítidas fronteiras são desenhadas por sua pele. Cada vez menos considerado como uma propriedade imutável, no decorrer do último século, subverteram-se os limites delineados pelas construções culturais e o corpo foi se transformando em um território sem fronteiras, continuamente renovável e infinitamente interpretável. Longe de ser obliterado, o corpo veio se tornando crescentemente presente, não mais como uma totalidade homogênea, mas um mosaico flexível e permeável, cujas formas e estruturas se tornaram voláteis. Que identidade biológica, tecnológica ou cultural pode ser atribuída ao corpo? Como pode a esquizofrenia inerente à sua multiplicidade ser entendida? O argumento que venho propondo, nas reflexões que tenho desenvolvido sobre a problemática psíquica e cultural do corpo, é o de que o corpo está obsessivamente onipresente porque ele se tornou um dos sintomas da cultura do nosso tempo. Diferentemente dos sintomas do século XIX, que se davam no corpo, que marcavam o corpo, gradativamente esses sintomas foram crescendo até tomar o corpo ele mesmo como sintoma da cultura. Este trabalho visa discutir algumas das razões para esse estado de coisas, com ênfase na virtualização dos corpos propiciada pela revolução digital.
Palavras-chave:
imagens do corpo, imagens de diagnóstico, corpos digitais, avatares, telepresença
Continuar lendo
segunda-feira, 1 de junho de 2015
Teste de visão artística
TESTE DE VISÃO ARTÍSTICA: ABRA SEU OLHO! foi um trabalho especialmente desenvolvido pra ser apresentado na Casa Daros (RJ), no projeto Verão no Pátio, que marcou o encerramento da exposição "Rubens Gerchman: com a demissão do bolso" e ao mesmo tempo homenageou o histórico Verão a Mil, organizado por Xico Chaves, com shows de música onde se apresentaram artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Cazuza, dentre outros, no período entre 1975-79, época em que Gerchman fundou e dirigiu a Escola de Artes Visuais do Parque Lage.
Aliando pensamento crítico, humor e ironia, o TESTE é destinado a profissionais e amadores, leigos e entendidos que frequentam ou participam do circuito das artes, avaliando o grau de visão e a acuidade artística do público presente, instigando todos a participar e descobrir se enxergam com nitidez os desafios da arte contemporânea, como anda o foco de cada um sobre as questões atuais da arte, detectando se o público encontra-se artisticamente com a vista cansada, míope ou com os olhos turvos mediantes a todas as manifestações e tendências que o cercam!
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Um e três coletivos
UM E TRÊS COLETIVOS é uma ação performática articulada para deflagar uma reflexão sobre as práticas e os mecanismos de definição crítico-teórica acerca dos coletivos de arte.
Premiado no 66º Salão de Abril de Fortaleza (2015), o trabalho parte da obra "Uma e Três Cadeiras", realizada por Joseph Kosuth em 1965, onde o coletivo Filé de Peixe inverte o procedimento tautológico na Arte Conceitual, em que os trabalhos buscavam ser a expressão literal de suas próprias definições artísticas, para mencionar justamente o contrário: a impossibilidade (na qual acreditamos) de se estabelecer uma morfologia típica-comum, uma representação ou conceito que possam ser tomados como gerais na definição de uma prática artística coletiva. Trata-se de discutir os sentidos de um coletivo artístico, em que medida refletem ou não a busca por um conceito permanentemente em aberto, manifestam ou não um esforço poético de indefinição, mantendo-se sempre múltiplas e diversas as justificativas acerca de suas motivações e propósitos.
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Liquidação de vídeo-arte! A pirataria do Filé de Peixe
por Lucila Vilela
“Dane-se os direitos autorais, não ligue pra isso, nem pense nisso, ignore.” Em uma fala no Seminário de Jornalismo Cultural, organizado pelo Itaú Cultural em São Paulo, o poeta norte-americano Kenneth Goldsmith, criador da UbuWeb, provavelmente o maior arquivo de arte de vanguarda na internet, deixou clara sua posição, atravessando o consenso estabelecido no evento. Além do mais, apontou os problemas de uma mídia como o youtube, que censura pornografia, dentre outras coisas, controla direitos autorais e impõe limites ao tempo de exibição.
Disse não se interessar por redes sociais, de modo geral, que são todas administradas por empresas, com interesses próprios, e quase nenhuma plataforma em internet 2.0. “Sejamos sinceros: se tivéssemos que pedir permissão para todos os artistas expostos na UbuWeb, não haveria UbuWeb”, diz um aviso no site. Kenneth ainda criticou os artistas contemporâneos que produzem como se a internet não existisse, mesmo como idéia, e declarou, quase no fim de sua fala, sua admiração pela poesia concreta, justamente pela apropriação. “Tudo que estamos falando aqui, os poetas concretos já disseram há cinquenta anos”, afirmou.
É a partir deste debate, tão fundamental para a cultura contemporânea quanto espinhoso, que pode-se entender a ação conhecida como Piratão, do coletivo Filé de Peixe, do Rio de Janeiro. Evento em forma de performance, o Piratão consiste em comercializar vídeo-arte – de artistas consagrados e emergentes, nacionais e internacionais – através do comércio informal. Tanto o preço dos vídeos, 3 por 10 reais, livremente inspirado nos camelódromos da Uruguaiana (RJ); quanto a sua aparência tosca, com telas aramadas, embalagens de plástico, capas xerocadas; e finalmente a forma de vendê-los, através de anúncios realizados em um mega-fone, tudo se move pela
apropriação, e não pela simulação, da pirataria.
A estratégia do coletivo é simples e parece eficiente. A pirataria, anunciada já no título, aparece como um procedimento, e não apenas como forma, que torna possível ironizar o mercado – usando, de algum modo, sua própria técnica. O coletivo baixa da internet diversos trabalhos de vídeo-arte e vende as obras, adotando o mesmo procedimento dos camelôs que vendem cópias do mais atuais filmes de Hollywood antes mesmo de saírem em DVD.
O procedimento é parte da ação e a vídeo-arte se torna ironicamente um produto comercial. No entanto, é lançada não dentro de um mercado de arte, mas dentro de um mercado negro popular. Mas a própria ação do grupo é aceita como arte dentro do circuito artístico. A arte então, protegida pelo próprio conceito, tem a liberdade de passar pelas leis para levantar questões.
Com Piratão, Filé de Peixe faz surgir um dispositivo político para a arte confundindo ficção e documento. Percebe-se, no entanto, que esta ação tem abordagens distintas dependendo do lugar onde é realizada. Com uma espécie de barraquinha expositiva e uma televisão com DVD – que serve, ao mesmo tempo, para verificar a qualidade do produto e para exibi-lo – os performers se instalam tanto em eventos de arte, embora quase sempre (nem sempre) realizem suas ações na rua, quanto nos camelódromos mesmo, provavelmente se confundindo, neste caso, com outros vendedores informais e levando ao limite a informação mais radical da performance: sua ilegalidade. Afinal, não adianta dizer para um fiscal da prefeitura que aquilo é arte.
Ao vender seus produtos no camelódromo, por exemplo, a ação ganha força política pois produz uma tensão de venda ilegal – coisa que dentro na galeria, protegidos pela quarta parede da instituição, não acontece. Fora do espaço destinado à arte, a dúvida permanece e a vídeo-arte é exposta ao lado de filmes comerciais, desenhos, pornografia. A tensão comum que faz parte do dia-a-dia dos camelôs é
vivenciada pelos artistas, tornando mais tênue a distinção entre arte e vida.
Realizada em espaços de arte ou galerias, como é o caso da ação Piratão #08, de 2010, que se passou dentro do Memorial da América Latina, o lugar da arte torna-se transparente. A possibilidade de um fiscal aparecer é quase nula e por isso a tensão é amenizada já que se trata de um espaço protegido. A ilegalidade da performance se apóia em uma zona de conforto dentro do circuito artístico perdendo
parte de sua força. Seja como for, as vendas contribuem para a democratização de idéias e mídias de arte possibilitando a difusão e acesso à trabalhos difíceis de serem encontrados.
A performance, que foi feita em cinco estados diferentes, com mais de dez edições – a primeira edição aconteceu em maio de 2009 – já conseguiu vender em torno de 3.000 vídeos piratas, segundo sua contabilidade, que informa também os artistas mais vendidos em todas as edições. Mathew Barney é um dos mais pedidos, Helio Oiticica, Duchamp, Bill Viola, Ligia Pape, John Cage também tem. E acaba rápido. Se a performance não altera as regras do mercado da arte, consegue ao menos criar uma zona autônoma e temporária. O deslocamento provoca a discussão: o que cai na rede é peixe.
Assinar:
Postagens (Atom)