A(r)tivismo e utopia no mundo insano
Gilson Motta e Tania Alice1
Resumo:
O artigo investiga o conceito de utopia nas práticas artísticas
contemporâneas. Pela instauração de micro-utopias que potencializam a
circulação dos afetos, a arte contemporânea vem sendo marcada pela
instauração de espaços de convivência alternativos, que recriam laços
sociais e potencializam os vínculos entre os participantes, explorando as
modalidades de uma "estética relacional" (Bourriaud) que visa gerar
relações transformadoras num contexto dominado pela lógica neo-liberal.
Configuram-se então territórios de resistência e de contaminação que se
inscrevem em um movimento mais geral de "artivismo" que, partindo de
uma revolução da subjetividade, propõe uma revolução dos nossos modos
de perceber e habitar o mundo. No presente artigo, observaremos estes
conceitos no trabalho do Coletivo de Performance Heróis do Cotidiano, do
Rio de Janeiro. Ao buscar subverter os modos de percepção habituais, o
Coletivo propõe uma partilha sensível, que pode resultar na modificação do
olhar do participante e do performer sobre o espaço urbano e na
transformação da relação que eles estabelecem entre si no contexto da
esfera artística.
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